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                Conversa 
                de índio  
                 
                Quando a gente vai dormir 
                na casa de um amigo, por mais parecidas que a família dele 
                e a nossa sejam, não dá para deixar de reparar em 
                um monte de diferenças, né? Eles jantam em um horário 
                diferente, o jeito de colocar a mesa não é igual 
                ao da nossa casa, lá eles dormem 
                mais cedo (ou mais tarde) do que a gente está acostumado... 
                E o que isso quer dizer? Que ninguém é igual, ora 
                bolas! Todo mundo tem um jeito especial - e diferente - de levar 
                a vida. 
                 
                É claro que na casa de um amigo as diferenças são 
                menores, mas quando a gente visita um povo com uma cultura diferente 
                da nossa, dá para notar bem como existem milhares de jeitos 
                de se viver. Os povos 
                indígenas do Brasil, por exemplo, não só 
                levam uma vida superdiferente da nossa, como também têm 
                um monte de diferenças entre eles! Cada nação 
                ou tribo tem sua maneira de fazer as coisas.  
                 
                 
                Barbudos peladões pintados de vermelho 
                 
                Aposto que você nunca imaginou que existissem índios 
                barbudos, não é? Mas existem sim: os homens do povo 
                Araweté, que vivem no sul do Pará, deixam crescer 
                uma barba bem grandona, em forma de cavanhaque! Para 
                eles, deve parecer muito estranho ver um menino usando calça 
                jeans. É que os Arawetés andam sempre peladões 
                da silva! Quer dizer, só os homens, porque as mulheres 
                têm uma roupa bem bonita, com quatro peças: uma cinta, 
                uma saia, uma tipóia-blusa e um pano de cabeça. 
                 
                A maquiagem dos Arawetés também não é 
                muito parecida com a que gente conhece. Batom, rímel, sombra? 
                Nada disso: o que eles usam para se pintar é uma tintura 
                de urucum, bem vermelha. Com o urucum, eles cobrem o corpo e os 
                cabelos! 
                 
               Um funeral bem 
                diferente 
                 
                Para a gente, um enterro é um negócio bem triste...e 
                rápido, né? Mas para o povo indígena Bororo, 
                o funeral de uma pessoa demora...até 3 meses! É 
                que para esse povo, a morte é uma reafirmação 
                da vida. Por isso, quando um Bororo morre, a tribo toda participa 
                de um super-ritual. Eles escolhem alguém para representar 
                a pessoa que morreu, e esse "representante", além 
                de ser todo pintado e coberto de penas, também tem que 
                realizar algumas tarefas. A mais difícil delas é...caçar 
                uma onça, ou algum outro felino grandão! 
                 
                 
                Crescendo na aldeia 
                 
                Na nossa cultura, quando um neném nasce é ele que 
                ganha um nome, né? Mas entre os Karajás, um povo 
                indígena que mora nas margens do rio Araguaia, os pais 
                do neném também ganham um nome novo! É que, 
                entre o povo Karajá, existe uma regra chamada de tecnonímia. 
                Essa regra diz que, quando uma criança nasce, seus pais 
                deixam de ser chamados pelos nomes próprios e passam a 
                ser conhecidos como "pai de fulano", ou "mãe 
                de sicrano".Que engraçado! 
                  
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